MEUS AMIGOS ROCK STARS
- Juliana Fernandes
- 15 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Sempre gostei de me imaginar vivendo situações que estariam longe de acontecerem nos meus dias. Colocar no papel tudo aquilo que minha cabeça inventava também me satisfazia. Escrever, essa é uma prática que eu nunca enxerguei como esforço. É algo natural e que facilmente me rouba a atenção – até mesmo quando não deve. Lembro das inúmeras vezes que deixei de me concentrar nas aulas de química para escrever fanfic nas folhas do meu caderno, assim como das madrugadas que passei em claro olhando fotos da minha boyband favorita e pensando “E se esses garotos não fossem rock stars? E se morassem perto de mim? E se eu fosse amiga deles? ”.
A paixão por aqueles músicos era tanta, que naturalmente eu prestava muito atenção em detalhes relacionados a eles. As bermudas largas e as meias até a canela do baixista me fizeram deduzir que ele se inspirava na Blink 182 quando ia se vestir. O fato de um dos dois guitarristas sempre passar as férias na Disney me levou a concluir que ele mantinha uma criança feliz dentro de si. O segundo guitarrista sempre zoava os companheiros nas entrevistas e arrancava risadas dos fãs, mas, em muitos momentos, era flagrado com o olhar perdido – o que me fazia pensar que talvez ele não fosse tão feliz assim. Já o baterista, apesar de tímido, sempre abraçava e beijava os fãs. Eu tinha certeza que era muito carinhoso.
Juntei todo o meu amor por aquela banda com o gosto pela escrita, e comecei a criar uma história na qual eu pudesse interagir com os músicos (mesmo que de forma fictícia), meus personagens principais. Encontrei-me naquele universo recheado de ficções. A medida que eu ia escrevendo novos capítulos, os enviava para um portal online de fanfics. Dessa forma, conseguia compartilhar a minha imaginação com outros fãs da banda. Algumas pessoas que me viam dedicando horas à escrita daquela fanfic, com certeza pensavam que era uma perda de tempo. Muitas nem entendiam o que era aquilo. Mas, escrever fanfic está longe de ser uma perda de tempo. Pelo contrário, é uma forma de evoluir na escrita, de trabalhar a criatividade, de interagir com outras pessoas, de estar em contato com algo que te deixa feliz. E estar feliz é algo que vale muito a pena.

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