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FANFIC “CAÇADORA DE CORPOS” FAZ SUCESSO ENTRE OS INTERNAUTAS

  • Juliana Fernandes
  • 15 de nov. de 2016
  • 3 min de leitura


Entrevista ping-pong com Laura Cosette.


Laura Cosette é o pseudônimo de uma moça de 21 anos, que preferiu manter sua identidade em sigilo ao começar a escrever histórias para a internet. Apesar da discrição envolvendo sua imagem, a autora se destacou com o sucesso da fanfic “Caçadora de Corpos”, atualmente hospedada no site Fanfic Obsession. De acordo com o próprio site, a equipe trabalha com uma política de reconhecimento das melhores histórias e autores, e busca incentivar a escrita e a leitura.

Mensalmente, a partir de uma votação feita pelos leitores do Fanfic Obsession, uma única fanfic é eleita a “fiction do mês”. No mês de dezembro, a equipe do site baseia-se em resultados de todas as fics que já foram “fiction do mês” e seleciona a “fiction do ano”. Neste ano, a história de Laura Cosette ocupou o posto mais almejado do site.

Segundo Laura, ela se inspirou nas séries “Dexter” e “Médium”, no anime “Death Note” e nos livros “A Mediadora”, da autora Meg Cabot e “Insanatório”, da autora Andie Prado, para criar a fanfic “Caçadora de Corpos”. A mistura de inspirações deu muito certo e, na entrevista abaixo, a escritora relata um pouco sobre a sua vivência no mundo das fanfics.


Juliana Fernandes: Há quanto tempo você escreve fanfics? Laura Cosette: Escrevo fanfics desde 2009. Lá se foram sete anos!

J.F: Nos dias de hoje, o que te leva a ainda escrever fanfic? L.C: Amor pela escrita e pelos leitores. Acredito que nada é mais gratificante do que criar um universo, compartilhá-lo com as pessoas e acompanhar, à medida que posto os capítulos, a reação de cada uma que lê a história.

J.F: Você atualiza sua fanfic com frequência? Em caso afirmativo, o que te estimula a fazer isso? L.C: No momento, não estou atualizando com tanta frequência. Mas até o início do ano, eu mantinha uma média de uma atualização por mês. O retorno e o carinho dos leitores, com certeza, são um grande estímulo para que eu – assim como outros autores – continuemos escrevendo e postando com rapidez. Fora o apoio de quem lê, creio que o clima de suspense e ação da história, naquele momento, demandava velocidade na escrita e na postagem.

J.F: As opiniões dos leitores ainda influenciam muito no rumo da história ou você segue algum roteiro estabelecido antes da publicação dos primeiros capítulos? L.C: Sigo um roteiro pré-estabelecido. A opinião dos leitores é de extrema importância para que eu dê retoques na história – situações que não ficaram bem explicadas, por exemplo, eu explico de outra forma no próximo capítulo -, mas creio que seria difícil escrever me baseando na sugestão dos leitores. Muitas dessas sugestões são divergentes, contraditórias e, se eu não seguisse um roteiro fixo, provavelmente me perderia no enredo.

J.F: Você escreve alguma outra coisa além de fanfic? Caso a resposta seja afirmativa, o quê? L.C: Eu comecei a vida como autora de internet postando fanfics de bandas. Hoje, acredito que o que escrevo são histórias originais, uma vez que não possuem mais o caráter de fanfic – de ser uma ficção de fã. Atualmente, escrevo enredos sobre universos e personagens criados por mim.

J.F: A sua fanfic “Caçadora de Corpos” ganhou o posto de fanfic do ano no site Fanfic Obsession. Sendo assim, o que faz uma fanfic ser boa? L.C: Não posso dizer que domino os critérios que separam uma fanfic considerada “boa” de uma considerada “não tão boa”. No entanto, na minha opinião, histórias interessantes são construídas a partir da fuga do clichê – transformar o ordinário em extraordinário; do zelo com a gramática; do diálogo com o público alvo – se o público de uma história é adolescente, por que o autor escreveria com um vocabulário mais rebuscado; com construções frasais mais complexas? -; da organização na hora de se construir o enredo e etc... Acho que boas histórias, no geral, são aquelas transmitidas com clareza.

J.F: Você prefere criar personagens inspirados em pessoas reais ou em personagens fictícios? L.C: Personagens fictícios que, vez ou outra, apresentam traços de pessoas que eu conheço na vida real.

J.F: Você se inspira em você mesma para criar os personagens da fanfic ou a personalidade deles é desvinculada da sua? L.C: Maior parte das personagens têm o temperamento diferente do meu. São muitas personagens, com ideias muito diferentes das minhas. Os protagonistas, no entanto, embora tenham personalidades únicas, apresentam meus valores. A noção deles de justiça, do que é certo ou do que é errado, é intrinsecamente ligada à minha.

J.F: Qual é a parte mais divertida de escrever fanfics? L.C: O contato direto com os leitores. Possuo um grupo no facebook, para leitores da história, no qual posto spoilers, acompanho a reação após os capítulos, postamos memes, brincadeiras, desabafos... Essa parte, com certeza, é a mais estimulante, divertida e gratificante!

J.F: Você tem pretensão de transformar "Caçadora de Corpos" em livro? L.C: Não tenho, não!


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